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sexta-feira, 15 de junho de 2012

LUTERO E AS 95 TESES - A REFORMA PROTESTANTE

  No limiar dos anos de 1517 houve no mundo um dos fatos mais contundentes na história da humanidade. Ou melhor, história essa que trouxe uma visão maior do significa do “Reino de Deus” entre os homens.
   Destarte, a Igreja (Kata = Juntos + Hollos = Todos) “Católica”, ou melhor, termos do latim (que significa Universal). Que tanto dominava a instituição Universal Criado por Cristo, agora vivia uma condição lamentável diante de seus fiéis. Porém, com a pré-reforma tudo começou a andar para uma grande reforma que trouxe a realidade do Cristianismo e quebrasse os paradigmas controversos de uma instituição fadada ao fracasso e marasmo espiritual.
  Não obstante os problemas e lutas que Lutero enfrentou, mas não foi covarde a uma Instituição que se dizia representante de Deus na terra. Porém, com formulas humanas impostas aos neófitos e leigos cristãos que viviam sob o manto de doutrinas anti-teológicas e cheias de regras e dogmas humanos. Que serviam mais para infligir às pessoas do que conduzi-las a Deus.
  Ora, quando lemos a Biografia desse Ilustre homem de Deus, vemos que realmente Cristo tem compromisso com quem é verdadeiro. E foi dessa forma que o Dr. Martinho Lutero impôs seus pontos de vistas numa visão espiritual do que era o Reino dos céus. E a inda assim, enfrentou o poder e os demônios da terra para provar seus argumentos e convicções de fé. Denunciando o sistema nefasto e negro de uma Instituição que se dizia representante do reino de Deus na terra, todavia, envolvida nos escândalos sem precedentes. Mas, mesmo assim, não hesitou, foi fiel a Deus e ao seu chamado, e fundamentou as 95 teses que foram afixadas na porta da Catedral em 31 de outubro de 1517 (Wittemberg – Alemanha).
  Na minha visão e naquilo que acredito na Bíblia, ou melhor, no que posso me inteirar, é preciso rever novos conceitos. Ou melhor, pois como vemos, estamos indo de mal a pior com esse novo sistema de Igreja e ministério. Parece que não, mas já estão dizendo ao mal (bom) e ao bem (ruim), ou seja, se aceitando tudo o que o mundo queira nos impor como regras e condutas. É claro que não existem em parte homens como Martinho Lutero, que renunciou tudo, e inclusive o poder da Igreja para desmascará um sistema corrupto na sociedade cristã da época.
   Mas, mostrou a sua audácia diante de Deus, e não se comprou por aqueles que queriam manter o sistema sem que fossem questionados filosoficamente e teologicamente. Às vezes fico pensando que, ainda assim, nos dias de hoje o sistema mudou em parte, mas a sua aplicabilidade mudou como muda o cameleão. Todavia, hoje não há compra de indulgência, e nem que seja preciso alguém jogar no fundo do pote uma moeda, para que a “alma” seja conduzida a Deus. Infelizmente só mudou a formula, mas a conduta é a mesma, ou melhor, as coisas são tão tremendas que sabemos de fatos onde alguém tem que dá o que não tem para receber uma “bênção de Cristo”. Como disse, precisamos rever nossos conceitos diante de Deus e de sua Palavra para não sermos enganados por esses pseudos-líderes religiosos que não têm nada para nos dá, se não Deus por meio de Cristo Jesus.
   Talvez devêssemos entender que, ainda existem homens como Dr. Martinho Lutero, ou melhor, que têm coragem de enfrentar o sistema e desmascará todos aqueles que usurpam o poder da Igreja. E com isto se mantém no sistema para agariar fortunas e Status na sociedade, porém, com o espírito da corrupção. Destarte, ser cristão de verdade é ser como Cristo, é andar como Ele andou, e praticar o que Ele praticou, o contrário disso é irrelevante para quem quer entrar nos céus de Glória – Heb 12. 14.
  Não acreditamos que Deus estar abençoando uma pessoa ou sistema humano se não existe verdade. Pois, se assim fosse, seria um disparate o que nos afirma a Bíblia, pois como Ele (Cristo) andou assim devemos andar. Ou melhor, sem mentira, enganação, arrogância, soberba, e toda a sorte de corrupção que existem entre as religiões, Igrejas e ministérios. Portanto, vejamos das 95 teses apenas 24 que marcaram a história da Igreja:
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1ª Tese
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.
2ª Tese
E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como se referindo ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
3ª Tese
Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.
4ª Tese
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
5ª Tese
O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6ª Tese
O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.
7ª Tese
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
8ª Tese
Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.
9ª Tese
Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.
10ª Tese
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese
Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
12ª Tese
Outrora canonicae poenae, ou seja, penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese
Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14ª Tese
Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.
15ª Tese
Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.
16ª Tese
Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17ª Tese
Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese
Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese
Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.
20ª Tese
Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.
21ª Tese
Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22ª Tese
Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.
23ª Tese
Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
24ª Tese
Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas". 




José Roberto de Melo é Bacharel em Teologia, Escritor, Professor de Teologia Sistemática, e Graduando em Direito pela UNIP – Universidade Paulista.