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domingo, 14 de outubro de 2012

HERMENÊUTICA E A FORMA DE SE ENTENDER OS ESCRITOS



    Não são poucas pessoas que leem textos literários, como romances, etc, e não conseguir interagir porque sentem dificuldades em entender os textos escritos. Todavia, não temos espaços para nos aprofundar na questão, mas apenas queremos lembrá-los que para se entender textos, é preciso se fazer um exercício profundo da leitura. Ou melhor, pelo menos ter o conhecimento da ciência da interpretação literária, a hermenêutica é essa ciência que leva-nos a contextualização do entendimento a compreensão do texto.

-Por que não se entendem o texto
1-Porque há a falta de leitura, ou seja, quando não se ler não se tem conhecimento aprofundado dos fatos, e por isso há dificuldade em se entender determinados textos escritos.
2-Porque se interpretam errado o que se ouve, ou melhor, já que a hermenêutica tem por fundamento levar a compreensão daquilo que ler e se ouve, significa que nada pode ter ou ser interpretado sem a lógica de uma compreensão textual e literária e isso significa que quando não se ouve bem se interpreta mal.
3-Porque quando não há uma convergência lógica do texto, ou quando não se entende o que o autor “Quis ou quer dizer” os fatos intrínsecos tendem a ficar sem uma compreensão. Então daí, é preciso se contextualizar o que se escreve e ler para que o texto seja compreendido.

-A Hermenêutica dentro da lógica da Interpretação
       Sendo uma ciência que visa levar à compreensão lógica dos textos, ou que traga a compreensão a luz da lógica interpretativa, a hermenêutica tem um papel de que sem a compreensão do que se ler é inútil seu fundamento interpretativo. Portanto, quando é que estamos sendo compreendidos, é justamente quando alguém diz que compreendeu o que leu. E essa análise visa trazer dentro do contexto interpretativo a forma de como o texto fora escrito. Destarte, é bem verdade que, um texto compreendido é em suma, aquilo que se entende, ou seja, essa é a lógica da hermenêutica. Estou falando do “Texto e do Contexto”, ou melhor, o que se configura aquilo que é de “Imediato” como:
a)-A Introdução: ou melhor, aquilo que se leva para dentro do assunto em análise, ou quando alguém ler um texto à sua compreensão não o ler do meio para o final, e sim, pela lógica literária começa-se pelo “In” (dentro).
b)-No Contexto: Além das primícias literárias se “Entra” na contextualização da lógica. Ou melhor, daquilo que expressa o autor desde o começo, meio e fim do texto escrito.
c)-A Compreensão do texto: Depende de como o autor expressa aos seus leitores, é tanto verdade isso que, alguns se sente mais a vontade por determinadas obras literárias. Mas, isso não vem ao caso mais fundamental à lógica da compreensão, e sim, que todos ao lermos um texto que entendamos o que quis o autor nos dizer na sua transmissão.
d)-O Texto deve ser compreendido: É uma lógica aprazível quando daquilo que escrevemos, ou melhor, todo texto deve ser compreendido de acordo com a lógica hermenêutica. Ora, como as letras são conjuntos silábicos significa que além do “som” que emitem, devem em si produzir a essência à compreensão. 

-A Hermenêutica pode levar à compreensão
     É praxe quando alguém ouve - nos, mas não conseguem compreender o que estamos dizendo. Ora, isso ocorre quase todos os dias, ou seja, dizemos ou afirmamos algo, e alguns logo interpretam errado o que ouviram, e saem fazendo juízo do caso. Destarte, isso se configura algo repugnante do ponto de vista da lógica da compreensão.
     Vemos algo semelhante quando diz a Bíblia que certo homem, vinha lendo certo texto, e não sabia de quem falava o autor. Ou seja, talvez se soubesse das circunstâncias, tinha uma linha de compreensão, mas era leigo dos assuntos e da vivência pelos compatriotas. Destarte, Deus permitiu que Felipe que por sua vez fazia parte do contexto da época, soubesse dos fatos propostos. E pela lógica da compreensão explicou o texto de quem se tratava o mesmo, ou melhor, dizendo que o fato histórico fala de Jesus Cristo o “Cordeiro de Deus que foi levado para o sacrifício”, e de quem tratava ou escrevera o profeta Isaias.

-A Bíblia não pode ser compreendida sem a lógica da Hermenêutica
     Incorre em erros crassos todos que sem compreender a lógica da Hermenêutica, pensam que podem entender a Bíblia ou textos Bíblicos sem a ajuda da mesma. Portanto, Deus não nos permitiu a sua Palavra e que façamos dela formulas a nos esquivarmos de nossas responsabilidades, e sim, tudo quanto fora escrito foi para a nossa compreensão, edificação, e crescimento espiritual. 

       Não podemos fazer da Bíblia um manual de particular interpretação. Infelizmente há cristãos que ao se apoderarem da Bíblia se acham no direito de dizer o que ela nunca nos permitiu dizer. E isso se configura quando dela fazemos uma má interpretação, ou seja, quando fugimos da lógica hermenêutica. Penso que qualquer texto dentro de sua particularidade não pode haver intenção particular, ou melhor, desde que obedeçamos à lógica do autor. Então, da mesma forma encontramos isso na Bíblia, ou melhor, ela não é qualquer livro, e é a inerrante Palavra de Deus. Por isso deve ser obedecida a lógica da interpretação da hermenêutica sagrada.

    Há anos que estudamos esse tema em evidência, e vemos que a deficiência muito grande no contexto evangélico. Ou melhor, quando pessoas leigas usam a Bíblia para se eximirem de qualquer preocupação, ou de que devem ser assim mesmo de acordo com suas pretensões interpretativas. Ou melhor, recorremos aos textos que ora, são importantes na sua contextualização. Destarte, a Bíblia nunca foi e nem será um instrumento de “Particular Interpretação”, o contrário disso, já há caos religiosos imagine se houvesse apoio. O evangelho não teria sentido, e nem compreenderíamos a intenção de Deus com relação a humanidade.

     Aquela ideia de que qualquer um pode entender de forma particular, é coisa de pessoas egoísticas, pois Deus não nos autorizou que nos comportemos assim. Ressaltamos que, “Tudo o que foi escrito, foi para o nosso conhecimento...”, ou melhor, mas dentro de uma lógica teológica Bíblica, ou seja, nem tudo o que está escrito deve ser entendido no sentido literal. Por exemplo, o que Deus determinou a Israel, não foi e nem será para a Igreja no contexto atual, e nem tudo o que foi dirigido a uma nação, povo, tribo, individuo deve ser compreendido num todo. Portanto, segue se a lógica dos fatos interpretativos, como: “O que; Para que; Por que; A quem; Quando; e Como”.

    Seguindo estas lógicas, é claro que teremos uma visão interpretativa mais precisa, ou seja, descobriremos que determinados episódios não estão relacionados no contexto atual. E que foram fatos verídicos que tiveram seus registros para a compreensão de futuras gerações, ou seja, uma forma determinada por Deus de se comunicar com os povos, e de como Ele se revelou por meio de sua Palavra. 

     Portanto, seguindo a ideia teológica da hermenêutica, mesmo assim, não podemos desacreditar daquilo que Deus quis nos comunicar, destarte, é preciso que saibamos diferenciar tudo, mas nunca perdendo a essência daquilo que nos fora revelado. 

      Lembrando que, “Tudo quanto foi escrito, foi para que tenhamos esperança...”, e que “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos falaram inspirados pelo Espírito Santo”- II Pe 1.20-21. (Ref. II Tim 3.16-17; Heb 1.1).

Por José Roberto de Melo – Bacharel em Teologia, Professor, Escritor, e Graduando em Direito.