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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A HERMENÊUTICA CIÊNCIA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

        
INTRODUÇÃO
   Toda ciência tem a sua definição etimológica, ou melhor, qualquer conceito de uma palavra na sua essência é de se averiguar a sua definição por um todo. Neste aspecto de definição podemos trazer seu significado no âmbito cristão, ou melhor, sendo a “Hermenêutica” uma ciência que prima pelo sentido correto de interpretar “textos”, não podemos nos esquivar quanto a sua importância no contexto evangélico. Então, neste sentido queremos nos deter trazendo a você algo não por completo, mas que venha complementar o seu conhecimento sobre essa ciência tão importante no nosso dia a dia.

I- HERMENÊUTICA E A ETIMOLOGIA

   Do Gr. Hermeneutikós – que significa interprete, ou interpretar (Ciência que tem por objetivo descobrir o sentido verdadeiro de um determinado texto, ou melhor, é a ciência de interpretar textos sagrados, e qualquer tipo de escritos, sejam jurídicos ou profanos).

a-A Estória da origem da hermenêutica
  Há àqueles que dizem que a palavra “hermenêutica” deve a sua origem ao nome de Hermes, o deuse grego que servia de mensageiro dos deuses, transmitindo e interpretando suas comunicações aos seus afortunados, ou com freqüência, desafortunados destinatários.
  Quando falamos de hermenêutica no sentido Bíblico, logo há o conceito de que se trata de uma boa forma de interpretação de alguns textos Sagradas. Sendo a hermenêutica uma ciência de interpretar textos, podemos entender que nos meios de comunicação que há, ela tem uma aceitação muito importante, pois, todos os jornalistas usam-na. Embora que, no conceito da Palavra de Deus há outra forma, que é terminantemente diferente dos meios jornalísticos.
 O bom hermeneuta deve a cada dia se aprimorar de toda forma nos assuntos que estão ao seu alcance, sendo assim, logo saberá interpretar de maneira correta o texto ora examinado.
 Assim sendo, a “hermenêutica é a ciência e arte da interpretação Bíblica”. Hermenêutica geral é o estudo das regras que regem a interpretação do texto Bíblico inteiro. Hermenêutica especial é o estudo das normas que regulam a interpretação de formas literárias específicas, como parábolas, tipos e profecias.
  Quando vemos algumas pessoas dizendo que não entendeu o que o pregador falou, é porque talvez ele não soubesse expor os pontos necessários de maneira que fique claro o que há no texto sagrado. A função da hermenêutica sagrada é expor aquilo que não está claro, e mediante uma análise correta chegaremos ao ponto necessário da interpretação.
  O interprete do texto sagrado não deve forçar e fazer a Bíblia dizer o que Deus não falou, porque assim, seremos tentados aceitar de maneira egoísta que ela diga algo só para satisfazer nossos intentos. Já diziam os grandes teólogos que quem dita às regras é a Bíblia, ou seja, é ela quem diz como a Igreja deve se portar, e não a Igreja a ela.  Certa feita estive participando dum culto, e foi outorgada a oportunidade ao pregador, e para minha surpresa aquele obreiro não tinha uma bagagem cultural, não quem não tem não possa ser pregador.  E ele começou a pregar, e daí fez diversos comentários que não tinham nexo com o texto que acabara de ler. E, com isso o povo ficou confuso sem saber o que ele quis dizer, e terminou não dizendo nada.  O objetivo da hermenêutica é levar o povo a entender o que estar sendo exposto no momento da preleção, se o pregador não conhece essa técnica, com certeza ficará perdido em sua pregação, e é motivo para eventuais criticas.
  A hermenêutica tanto é importante para o pregador, como é também para o professor, o estudante, o pastor, e para todos que usam de certa forma a ciência humana para entenderem os fatos lógicos.
  Ninguém estar apto a ser ou exercer uma função de mestre, se primeiro não compreender isto, pois é inadmissível que o professor ou qualquer que esteja na frente de um grupo não saiba usar bem a Palavra de Deus.

II- O PERIGO DA FALSA SENSAÇÃO DO SABER
   Por diversas vezes vi e ouvir alguém dizer que não tinha lido determinado texto, ou seja, que não se inteirou do mesmo para pregar ou ensinar. E segundo ele, mesmo assim, ia “falar”, e quando começou não disse nada, com isto cometeu graves erros teológicos porque não sabia do que se tratava o texto ora lido naquela ocasião.
  “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” – II Pe. 1.20-21.

    Neste texto podemos afirmar com muita precisão que jamais qualquer pessoa pode se achar no direito de afirmar ou aplicar qualquer “Texto” a seu modo de pensar. Ou seja, pensando que pode manipular as escrituras a seu bel prazer. Se fosse dessa forma, não teria sentido a Palavra de Deus, e nem seria verdadeiramente a profecia divina. Portanto, são muitos que desprovidos de qualquer conhecimento da “hermenêutica” saem pregando e ensinando o que não conhecem. Ressaltamos que, a Bíblia estar pra todos aqueles que queiram conhecer os escritos divinos, mas desde que saibamos aplicá-los de acordo com sua forma precisa e teológica.
  Podemos afirmar com todas as letras que as escrituras são revelações de Deus ao homem, ou melhor, que essas revelações sejam de forma compreensíveis ao entendimento humano. Pois Deus não teve a intenção de escrever seus pensamentos para que não pudéssemos entender o que Ele (Deus) quis nos falar. Imagine alguém pegando um jornal ou qualquer obra de literatura e ler e não sabe discernir o que estar escrito, então, dessa forma fica incompreensível o seu sentido entre os leitores.

   Ressaltamos que a Bíblia, ou melhor, o texto sagrado deve ser lido, e analisado sem pressa pelo pregador, pois dessa forma ele terá capacidade de absolver ao seu coração os pensamentos de Deus. Todavia, aplicá-lo-á de forma precisa aos ouvidos daqueles que ouvirão os conselhos divinos e serão edificados pela aplicação eficaz da Palavra – Heb. 4.12-13. Desculpas como: não tive tempo de ler, orar, ou não gosto de ler, são coisas de obreiros que não tem compromissos com as verdades de Deus. E são muitos que dessa forma têm maior apoio para serem ministrantes em nossos púlpitos, e dizem o que Deus nunca lhes autorizou que falassem. Um verdadeiro pregador da Palavra de Cristo, se inteira das verdades dos céus, ou seja, se enche, se alimenta daquilo que Deus dá aquém o busca de todo o coração assim disse o mestre Paulo ao Jovem Obreiro Timóteo:
   “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro (ministro) que não tem de que se envergonhar, que maneje bem a Palavra da verdade” – II Tim. 2.15.

  Manejar bem é usar a Palavra de Deus de forma correta, ou seja, usando a Hermenêutica e aplicando-a de forma que o texto ganhe o sentido correto de sua interpretação. Nunca se deve pegar um texto isolado sem antes se fazer uma análise, ou melhor, para se ter uma visão ampla do que estar dizendo o autor, e aquém é direcionado. Ora, o grande problema das seitas e heresias é que, pegam um “Texto Isolado”, ou melhor, aplicam-no como sendo correto, então, daí vira um “Pretexto” (desculpa). Neste caso, podemos pegar aquela passagam quando Judas Iscariotes estava para trair o Mestre. Jesus disse a ele: “o que tem para fazer, faze-o agora”, então, Judas foi e se precipitou num árvore (morrendo enforcado). Então, imagine alguém pegando este texto isolado, ou melhor, sem olhar o seu contexto?

III-QUANDO É QUE O TEXTO ESTÁ SENDO APLICADO CORRETAMENTE
  Dentro as técnicas que podemos aplicar para entendermos os textos sagrados, é preciso conhecer o seu conteúdo num todo. Ou melhor, como  é  importante se entender que há regras.
  Todavia, na gramática da Língua Portuguesa aqueles regras que não podem ser eximidas desse contexto, ou melhor, que cada estudante e profissionais saibam dessas regras. No Entanto, procurar aplicá-las de forma que haja uma consonância para o entendimento do texto ora, interpretado. Não podemos jamais pensar que um pouco de leitura vai nos proporcionar uma compreensão aprofundada da Bíblia, ou melhor, quem pensa assim, pensa pouco. Pois, não estamos lidando com palavras humanas, e sim, a Infalível Palavra de Deus. Destarte, deve ser lida, e examinada de acordo com a Teologia Ortodoxa, ou melhor, tais argumentos humanos preconceituosos da Bíblia é meramente especulação da mente humana. Pois, a Bíblia não é palavra do homem, e sim a de Deus, portanto, deve ser lida e meditada por uma mente espiritual – Sal 1.1-2.

  Entretanto, há regras simples, porém objetivas que vão à altura de nossa compreensão de um texto sagrado, ou melhor, são por eles que podemos compreender determinados fatos que tenham cunho histórico, ou de caráter doutrinário. Ou melhor, não podemos entender que a Bíblia num todo é história, ou que só tenha caráter doutrinário, ou seja, isto não é de procedência teológica. Doravante, aplicam-se como regra aqueles princípios que são importantes para o Estudando de Teologia e Obreiros no geral, vejamos abaixo:
a)-Onde; b)quando; c)-A quem; d)-Por que; e) para quem. Usando-se tais regras com certeza podemos descobrir cada coisa e para cada lugar. Ora, embora que temos como princípio de interpretação aqueles argumentos que vejo que são de suma importância, como “Tudo quanto foi escrito, foi-o para  nosso ensino e para que tenhamos esperança”. – Paulo. Ou seja, o que Paulo quis dizer com tais palavras, ou melhor, ele estava dizendo que “Tudo” o que Deus deixou escrito, são fundamentos de como podemos tirar lições à nossa edificação. Ou melhor, não podemos confundir com “Fatos históricos” que estão registrados como sendo primáveis a nossa vida, ou seja, há coisas que foram e são para Israel. E daí, o que podemos entender de quando Deus está falando para um “Individuo” e não para uma coletividade, pois diante do exposto podemos encontrar diversos exemplos quanto a tudo isto, desde que não façamos confusão. Todavia, há fatos que são escatológicos, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, ora diante disso podemos aplicar em parte à Igreja, mas nunca fazendo distinção específica a uma determinada coletividade. Destarte, no contexto cristão geral, ou melhor, no novo testamento, ou a chamada “Nova Aliança”, podemos afirmar com segurança que são importantes a contextualização da Igreja.

  Então, diante disso caem por terra aqueles argumentos que são em parte falácias de quem não entende bem da regra de “Interpretação” Bíblica. Ou melhor, se ler um texto que não tem nada haver com a realidade, ou seja, algo que fala de ocasião passada e não à contextualização hodierna.  Como professor às vezes ficamos estarrecidos, e não podemos dá gloria a Deus, pois vemos que há incoerências por parte de quem pega um texto e aplica-o fora de sua realidade interpretativa. E ainda a maioria julga que Deus está falando, mas em parte entendemos que alguns não compreendem de forma fundamentada aquilo que é ortodoxo. 

  Portanto, como regra primária aplica-se o texto corretamente quando se sabe fazer uma interpretação correta e ortodoxa. Ou melhor, numa pregação (Gr. Kerigma), não podemos expressar o que pensamos do texto, ou melhor, dando-se a entender que vamos falar o que de antemão pensamos sobre o mesmo. E sim, devemos aplicar o texto usando o seu contexto de imediato, e por regra fazendo uma analogia lógica dos fatos, podem ser doutrinários ou históricos. Então daí, saberemos o que estamos pregando, ou ensinando, ou melhor, aplicando a Palavra de Deus de forma correta a mente daqueles que estão a nos ouvir. Destarte, é preciso saber que a pregação da Palavra de Deus não é falação, e sim, que cada cristão, servos de Cristo saibam que as verdades de Deus não e nem serão ditas de uma vez por todas, portanto, elas são Sagradas Escrituras. 

IV-A BÍBLIA E A HERMENÊUTICA
     Antes de tudo é preciso se ter uma visão do que significa a Bíblia para o Cristão, o Professor, o Pastor e Obreiros. Pois é através desse conceito que todos se sentirão do que realmente significa a Palavra de Deus à suas vidas. Ou melhor, tenho observado no decurso do tempo que as pessoas creem na Bíblia, mas não a conhecem profundamente. Ou melhor, são pessoas que pensam pouco sobre a Bíblia, e alguns não têm consciência de que a Bíblia não é um “Livro” como outro.
 Ora, diante disso há cristãos que nada sabem sobre Deus e Cristo, e nem tampouco conhecem os conceitos do Senhor à suas vidas. Mas, de acordo com tudo isto, o que tem contribuído para tais fatos propostos aqui? Na verdade, é porque as pessoas se conformam com tudo o que elas ouvem ou leem sem antes fazer uma análise lógica dos fatos estudados. É óbvio que não são todos que terão a oportunidade de ser um exímio estudioso dos fatos e histórias da Bíblia, mas aqueles que querem conhecer as verdades de Deus precisam conhecer mais a Infalível Palavra do Senhor.
   Portanto, ao olhar nesta visão contextualizada, é preciso que se pense bem sobre a “Hermenêutica Sagrada”. Ou melhor, uma leitura feita com base e conhecimento e entendimento são fatos incontestáveis nos estudos daqueles que querem se aprofundar nos conceitos divinos. Destarte, sempre, ou melhor, quando iniciei a vida de cristão, logo tive como prioridade a Bíblia. E de como fazer para entendê-la de forma que tivesse a consciência que aquelas palavras não seriam apenas palavras, mas a Infalível e Inerrante Palavra de Deus – Heb 4.12; Sal 119.19.
  E o cristão tendo certeza das verdades de Cristo em sua vida, e tendo a capacidade de compreendê-la, será sempre como aquele que Jesus Disse: “Quem ouve as minhas Palavras, e as praticam, será comparado ao homem que edificou a sua casa na “Rocha”. Ou melhor, o que podemos entender desse texto, é que, Jesus disse que não importa apenas crer e ouvir, mas obedecer e ser praticante. E ninguém consegue interagir de forma absoluta a Bíblia se não tem consciência daquilo que ler ou acredita, neste sentido é onde entra o conceito do conhecimento da “Hermenêutica Sagrada”. Ou melhor, a posição da Hermenêutica neste aspecto é importante porque ela consegue fazer com que o cristão se intere daquilo que Deus fala em seu coração.
   É pobre e inadmissível quando vemos alguns manipulando a Bíblia a seu bel prazer, ou melhor, dando a Bíblia algo que jamais tem a aprovação de Deus. Ou seja, a Bíblia não precisa de defensores, ou melhor, deixemos que a próprio Bíblia se defende pelos conceito divinos porque ela é a Palavra de Deus. Portanto, a aplicabilidade da “Hermenêutica”, é a base fundamental para que você compreenda qual é a vontade de Deus, ou melhor, do por que Deus agiu e ou age assim com determinadas pessoas ou situações no mundo.
  Destarte, o hermeneuta jamais deve olhar a Bíblia com expressão de preconceitos, se agir assim não saberá extrair as pepitas profundas que há por trás das sagradas letras. Ou melhor, foi da santa vontade de Deus em nos revelar a sua Palavra aos homens, mas para que ela seja ou chegue de forma compreensível ao nosso coração, devemos ter consciência as Palavras são de Deus e não humanas e que devem ser compreendidas pelo espírito manso e humilde.
      Portanto, não seriam tão importantes tais linhas se deixasse de mencionar aqui neste estudo a “Inegável História dos Cristãos Bereanos”. Porque foi da vontade de Deus que o Espírito Santo inspirasse Dr. Lucas a registrar no livro Histórico de Atos a atitude daqueles primitivos cristãos. Ou seja, algo que nas minhas preleções quando tenho a oportunidade de mencioná-los, pois vejo que não foi por acaso. Ou melhor, assim registrou Dr. Lucas por Ordem de Deus, “Os cristãos de Bereia eram tidos como os mais nobres”. Ou seja, eram cristãos fervorosos e aplicados a ouvir a “Palavra de Deus” – Dessa forma, analisavam pelos conceitos da hermenêutica se realmente era como os apóstolos pregavam ou ensinavam. E hoje, será que podemos fazer o mesmo, ou vamos ficar como se não tivéssemos a capacidade de discernirmos o que é e o que não é. Deus nos guarde da preguiça e presunção, e que sejamos consciente daquilo que o Senhor quer nos revelar, ou seja, a sua santa e Infalível Palavra.
  
José Roberto de Melo – É Bacharel em Teologia, Professor de Teologia Sistemática, é Escritor e estar se Graduando em Direito pela Unip Universidade Paulista.

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